PÁGINAS

PEDAÇOS

"das garçonetes da st cecília, às enfermeiras esquisitas da santa casa. mas as vesguinhas tem um lugar garantido no meu coração."
"você cresce ouvindo na escola ou em qualquer círculo de adultos que você deve separar os problemas da vida profissional e acadêmica. mas ninguém ensina de fato como fazer isso, porque nem eles sabem."

"os limites da mente vai até onde você acredita"

"ela sempre reclama que está sozinha".

"será que sou o único que reconhece o próprio cinismo?"

"todo mundo tem cú, é escritor e jornalista."

"os perdidos se encontram."

"pessoas são legais e dizem o quanto são felizes e bonitas."

"acho legal achar tudo uma merda."

"não existe felicidade contínua."

"ser humano cansa"

“sentia raiva daquelas garotas. maquiagens, cabelos na altura da nuca ou levemente bagunçados. aquela luz. eram tão lindas. a música. a vodka embalava mais meus desejos. mas eu sabia e por isso eu odiava. toda aquela montagem não era pra mim. caras como eu não se dão bem. eu sou o hélio no balão do ego delas. eu sou o pó grudado em suas narinas. a mão que entrega a pizza de madrugada." 

"ela tinha pernas enormes e fortes. ficava roçando seus grandes seios em mim e dizia obscenidades no meu ouvido. tentei fugir. ela me segurava com aqueles braços fortes. não conseguia tirar aquela mulher enorme do meu colo. deus do céu! eu não tava excitado. ela cheirava à leite e tinha a pele áspera. duzentos reais era caro demais. "te cobro cinquenta mais o quarto", ela disse. que tipo de puta era aquela? uma viciada? dei o dinheiro e saí correndo. entrei no Ecléticos e me olhei no espelho ao lado do banheiro: que tipo de puta era aquela?"

"sempre olhei com desprezo as grávidas. estava sentado no banco azul do metrô quando fui acordado por uma. "me deixe sentar!". no futuro vou espancar o drogadinho do filho dela com minha bengala!"


"tudo o que eles precisavam saber, não sabiam. que eles eram grandes idiotas".

'pouca luz. a parede mofada ao som de Because dos Beatles. puxei um trago do haxixe. um gole no vinho roubado do Pão de Açucar. pensei, "que vida mais piegas!"'


'acreditar que se é feliz o tempo todo é negar a natureza. não há estado pleno de felicidade e tristeza. há momentos de um e outro. não saio por aí dizendo que estou feliz ou triste pra contagiar os outros. se estou feliz faço uma caminhada, ligo pros amigos. se estou triste, bebo, fumo, brigo no trânsito. mas deus me livre de contar pra alguém como me sinto'